Pais, familiares e educadores podem ajudar a reconhecer os primeiros sinais.
Transtorno específico da aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizado pela dificuldade no reconhecimento preciso das palavras, baixa habilidade de decodificação e codificação, a Dislexia atinge 10 milhões de brasileiros.
Segundo a diretora-presidente do Instituto ABCD, Juliana Amorina: “As dificuldades derivam de um déficit no componente fonológico da linguagem. Entre as consequências estão dificuldades na compreensão de texto e pouca experiência de leitura, o que impacta a aprendizagem e o desenvolvimento do vocabulário”.
O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar e, preferencialmente, durante a fase de alfabetização, com a participação de pais, familiares e educadores no processo. Entre os primeiros sinais estão:
Na linguagem Oral:
● Atraso no desenvolvimento da fala;
● Problemas para formar palavras de forma correta, como trocar a ordem dos sons (popica ao invés de pipoca) e confundir palavras semelhantes (umidade / humanidade);
● Erros de pronúncia, incluindo trocas, omissões, substituições, adições e misturas de fonemas;
● Dificuldade para nomear letras, números e cores;
● Dificuldade em atividades de aliteração e rima (como jogos de sons ou rimas infantis);
● Dificuldade para se expressar de forma clara e apropriada.
Na leitura:
● Dificuldade para decodificar palavras;
● Erros no reconhecimento de palavras, mesmo as mais frequentes;
● Leitura oral devagar e incorreta. Pouca fluência, com inadequações de ritmo e entonação, em relação ao esperado para a idade e a escolaridade;
● Compreensão de texto prejudicada como consequência da dificuldade de decodificação;
● Vocabulário reduzido como consequência do baixo reconhecimento de palavras.
Na escrita:
● Erros de escrita e ortografia;
● Omissões, substituições e inversões de letras e/ou sílabas;
● Dificuldade na produção textual, com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.
Tecnologia como aliada
A tecnologia vem se mostrando uma grande aliada para quem tem dislexia. Nós do Instituto ABCD, instituição sem fins lucrativos, que trabalha desde 2009 para melhorar e desenvolver a vida de pessoas com dislexia, disponibilizamos gratuitamente o EduEdu, aplicativo de alfabetização e reforço escolar com soluções tecnológicas acessíveis que une abordagem educacional à gamificação.
Após uma avaliação inicial, o EduEdu identifica as áreas que a criança necessita de apoio e desenvolve atividades personalizadas para cada uma. Além de acompanhar a evolução do usuário, também monitora o seu processo, gerando novas atividades quando necessário.
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