Nicolás Maduro foi reeleito presidente da Venezuela com 51,20% dos votos, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão sob controle do chavismo. Seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% dos votos. No entanto, a oposição não reconheceu os resultados, alegando manipulação e fraude eleitoral.
A líder opositora Maria Corina Machado, impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política, afirmou que Urrutia teria vencido com 70% dos votos. A oposição acusou o governo de manipular o processo eleitoral, impedindo a presença de fiscais independentes e não transmitindo as atas de votação.
Diversos países, incluindo Brasil, Argentina, Chile e a União Europeia, declararam que não reconhecerão os resultados das eleições. O governo brasileiro, por meio de nota oficial do Itamaraty, lamentou que o governo venezuelano não tenha atendido aos repetidos chamados da comunidade internacional por eleições livres, justas e transparentes.
Maduro, no poder desde 2013, tem enfrentado inúmeras críticas por seu governo autoritário e pela grave crise socioeconômica que assola a Venezuela. Protestos violentos contra seu regime deixaram cerca de 200 mortos, e a situação do país tem forçado milhares de venezuelanos a buscar refúgio em países vizinhos, como o Brasil.
Maduro não está sozinho nas acusações de manipulação eleitoral. Vários outros líderes autoritários também foram acusados de fraudar eleições para se manterem no poder:
1. Alexander Lukashenko (Bielorrússia): Conhecido como "o último ditador da Europa", Lukashenko está no poder desde 1994. As eleições de 2020, em que ele afirmou ter obtido 80% dos votos, foram amplamente denunciadas como fraudulentas. Protestos massivos eclodiram, levando a uma violenta repressão pelo governo.
2. Vladimir Putin (Rússia): Embora não seja tradicionalmente classificado como ditador, Putin tem sido acusado de manipular o sistema eleitoral russo para garantir sua permanência no poder. As eleições de 2018, onde ele venceu com mais de 76% dos votos, foram marcadas por alegações de irregularidades e falta de competição real.
3. Robert Mugabe (Zimbábue): Governou o Zimbábue de 1980 a 2017, período durante o qual foi acusado repetidamente de fraudar eleições e reprimir violentamente a oposição. Sua longa permanência no poder só terminou após um golpe militar.
4. Bashar al-Assad (Síria): Em meio à guerra civil, Assad foi reeleito em 2014 com 88,7% dos votos em um processo amplamente criticado por observadores internacionais. A eleição foi realizada apenas em áreas controladas pelo governo, excluindo uma grande parte da população síria.