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Foto do escritorLucas Rogerio

Faltou em Bolsonaro a força de Temer, faltou em Temer a popularidade de Lula.

Mesmo sendo um dos mais impopulares Presidentes da história do Brasil, talvez o mais impopular deles, o Governo de Michel Temer, do MDB, sem sombra de dúvidas, foi um dos mais importantes.

Imagem: Internet


Aos fatos, Michel Temer assumiu o Brasil diante da sua, então, maior divisão política. Com a queda de Dilma Rousseff, do PT, Temer se viu sendo 'odiado' pela então Governo, e 'menos amado' pela então oposição, posições que trocaram com sua ascensão ao cobiçado (ou nem tanto) cargo de Presidente da República.


Michel Temer, porém, fez o que era esperado ao longo do Governo de seu sucessor, o ex-Presidente Jair Bolsonaro, do PL: ele aprovou reformas importantes para o país.

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Foi bom para o Brasil ter um governo impopular, pois reformas tendem a diminuir a popularidade de quem a idealiza, pois um lado sempre vai dizer que é contra, e por isso o Brasil é regido numa democracia.


Mesmo impopular, Michel Temer concluiu seu Governo, que teve obviamente graves polêmicas, leia-se o nome do empresário Joesley Batista, da JBS.

No dia 18 de maio de 2017, fazendo um contraponto com a canção Faroeste Caboclo, todo o povo se reunia na frente da TV esperando a renúncia de Michel Temer após a revelação de gravações de conversas entre ele e o empresário.


Mesmo com um cenário político pronto para a sua queda, Michel Temer seguiu no poder, e assim como Getúlio Vargas tem uma frase famosa, o ex-Presidente Temer eternizou seu ''não renunciarei''. A partir daquele dia, via-se que Temer tinha enquanto Presidente uma coragem absurda e, para muitos, improvável.


Anos depois, Michel Temer foi absolvido no caso das gravações, como em outros casos.

A força de Temer está em sua coragem, algo que tanto ele quanto Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, possuem, indiscutivelmente, mas existe uma diferença na força do ex-Presidente: ele não se preocupou com sua impopularidade.


Pode até ser que seus métodos sejam um dia questionados, mas não os resultados. Esquecendo o que ocorreu entre 2019 e 2022, quando se fala de 2018, Michel Temer conseguiu recuperar (ao menos um pouco) a força do Brasil, e seu sucessor é prova viva de uma mudança política.


Iniciava-se o fim da fatídica disputa entre PT e PSDB pelo poder, algo que Temer conhecia muito de perto. Começava o que estava sendo, de maneira lenta, planejado. Jair Bolsonaro é eleito em segundo turno, numa disputa contra o atual Ministro da Fazenda.

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Coragem sempre teve o ex-Presidente Bolsonaro, popularidade nem se fala. Mesmo não sendo reeleito, ele deixou um grande legado, com Senadores, Deputados e Governadores. Aliás, o Governador de São Paulo falou, na sua primeira entrevista à TV Globo como Governador, ainda em 2022, que Bolsonaro era (e ainda é) a grande liderança da direita do Brasil.


Mesmo com popularidade e coragem, a força de passar reformas ele não teve, e um outro ponto diferencia Temer e Bolsonaro. Faltou em Bolsonaro a coragem de recuar como Temer, mas isso não é culpa do antecessor de Lula, e sim de sua força perante a população: o bolsonarismo, frente política instaurada inquestionavelmente no Brasil, obriga Jair Bolsonaro a seguir em frente e não retroceder.


Temer, ao retroceder em diversos momentos, mostrava sua habilidade política, algo que Lula tinha no primeiro mandato de maneira extremamente forte, fazendo com que o mercado esperasse dele agora o que ele era anos antes.


Jair Bolsonaro e Lula são mais parecidos do que pensam, pois Lula também não parece gostar muito (ao menos aparenta) de retroceder, e o retrocesso aqui citado é deixar a popularidade de lado e sua força política também para fazer como fez Temer: mesmo com tantas polêmicas, tentar (no mínimo) não ser a notícia.


Lula tem o mesmo problema de Bolsonaro, a sua força política não o permite muitas coisas. A diferença é que a força de Jair Bolsonaro está agora na oposição, e Lula é o Presidente da República, eleito em uma dividida e, extremamente, polarizada situação política no país.

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Lula tem, e é verdade, mais popularidade do que Jair Bolsonaro, ainda que esse 'mais' não seja tão grande assim, e isso faltou em Temer. Lula tem, no entanto, o que nem Temer e nem Bolsonaro têm: o Poder Executivo.


Falta, agora, em Lula, o que Bolsonaro não soube (talvez pela inexperiência neste cargo) administrar. Michel Temer já havia sido Vice-Presidente, e Lula já foi por duas oportunidades Presidente da República.


Faltou para Jair Bolsonaro a dosagem que nunca foi problema para quem é impopular, e Lula no poder, e pelo bem do Brasil, não pode cometer o erro de não saber administrar. Lula já foi mais popular, hoje é bem menos, mas ainda é de uma alta popularidade. Com isso, já dá para 'ignorar' sua imagem e fazer o que for necessário (legitimamente) para aprovar reformas importantes no Congresso Nacional e, fielmente, no futuro ser lembrado por enormes feitos ao Brasil (feitos novos, de seu terceiro mandato e não de seus dois primeiros).


Mesmo estando menos tempo do que os dois mais populares políticos do Brasil na atualidade, Michel Temer tem muito a ensinar aos dois. Sem discussões, falta mais de Michel Temer ao Brasil, e isto se refere exclusivamente na condução de problemas governamentais.



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