Como anda a saúde mental das mulheres brasileiras?
As mulheres lidam com uma gama de obstáculos que impactam negativamente sua saúde mental. A pressão para conciliar as demandas da carreira, da vida familiar e pessoal, frequentemente interna ou socialmente imposta, dificultam que encontrem tempo para o autocuidado. O estigma e a discriminação associados à saúde mental feminina também são barreiras para buscar ajuda.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres correm um risco maior de desenvolver transtornos mentais como ansiedade e depressão em comparação aos homens. Elas também são mais suscetíveis a transtornos de estresse, incluindo a síndrome do pânico.
É importante ressaltar a necessidade de cuidado e apoio adequados, considerando desafios como violência, traumas, questões de saúde reprodutiva e perinatal, desigualdade de gênero, discriminação, e pressões sobre autoestima e imagem corporal.
Afinal, por que devemos falar mais sobre a saúde mental das mulheres?
Manter essas conversas abertas e contínuas é fundamental para construir uma sociedade mais saudável e equitativa, onde as necessidades de todas as pessoas são reconhecidas e atendidas.
Além disso, promove um ambiente mais acolhedor e saudável para todas, beneficiando individualmente e a sociedade como um todo. Confira os principais tópicos que resumem a importância desse diálogo:
Conscientização: eleva o conhecimento sobre os desafios únicos enfrentados pelas mulheres
Prevenção: facilita a identificação e o controle precoce de problemas de saúde mental
Apoio: incentiva a procura por ajuda e recursos para lidar com questões psicológicas
Empoderamento: fortalece-as para que se sintam mais confiantes ao discutir suas experiências e necessidades
Redução do estigma: contribui para a diminuição do estigma social, promovendo uma sociedade mais acolhedora
Políticas públicas: influencia o desenvolvimento de políticas públicas focadas na saúde mental das mulheres
Igualdade de gênero: apoia a luta contra a desigualdade de gênero, reconhecendo a saúde mental como um direito essencial
Saúde da família: impacta positivamente a saúde mental da família e da comunidade, considerando o papel central das mulheres como cuidadoras
Como identificar que não estou bem?
Existem sinais variados que indicam quando alguém não está bem de saúde. Eles podem ser emocionais, comportamentais ou físicos. Alguns indicadores incluem:
Mudanças de humor constantes: oscilações frequentes de humor, como irritabilidade, tristeza intensa ou alterações repentinas de emoções.
Isolamento social: evitar interações sociais, afastamento de amigos e familiares, ou diminuição do interesse em atividades que antes eram apreciadas
Alterações no sono ou apetite: insônia ou excesso de sono, perda ou aumento significativo de apetite, levando ao ganho ou perda de peso não intencionais
Fadiga e baixa energia: sentir-se constantemente cansada, sem energia ou motivação para realizar atividades cotidianas
Dificuldade de concentração: problemas para se concentrar, tomar decisões ou manter o foco em tarefas simples
Pensamentos negativos recorrentes: preocupações constantes, sentimentos de desesperança, pessimismo ou autocrítica intensa
Comportamentos de autodestruição: engajar-se em comportamentos prejudiciais à saúde, como abuso de substâncias, condutas de risco ou autopunitivos
Sintomas físicos sem causa aparente: dores de cabeça, dores musculares, problemas digestivos ou outros sintomas físicos persistentes sem explicação médica
Dificuldade em lidar com o estresse: incapacidade de lidar com situações estressantes com eficácia, experimentando uma sobrecarga emocional constante
Pensamentos suicidas ou auto lesivos: expressão de pensamentos sobre morrer, desejos de se machucar ou tentativas de autolesão
É importante observar que esses sinais variam de pessoa para pessoa, e nem todas apresentarão os mesmos sintomas. No entanto, se mostrar sinais persistentes ou preocupantes, é importante procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para avaliação e apoio adequado.
Como cuidar da minha saúde mental?
Algumas dicas ajudam a promover uma saúde mental mais equilibrada e a enfrentar os desafios do dia a dia com mais resiliência e bem-estar. Lembre-se de que buscar ajuda profissional é sempre uma opção válida e importante quando necessário. Confira:
Pratique autocuidado: reserve um tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento, como meditação, ioga, leitura, caminhadas ao ar livre ou qualquer atividade de lazer que você goste
Estabeleça limites saudáveis: aprenda a dizer não quando necessário, estabelecendo limites saudáveis em relação ao trabalho, relacionamentos e outras responsabilidades
Construa uma rede de apoio: cultive relacionamentos positivos e busque apoio em amigos, familiares ou grupos de apoio, compartilhando suas preocupações e emoções
Pratique exercícios físicos: A prática regular de exercícios físicos ajuda a liberar endorfinas, promovendo sensação de bem-estar e aliviando o estresse
Tenha uma alimentação saudável: mantenha uma alimentação equilibrada e nutritiva, priorizando alimentos que ajudem a manter a saúde mental e física.
Estabeleça rotinas: ter rotinas consistentes ajuda a criar estrutura e estabilidade, promovendo um senso de controle e bem-estar
Gerencie o estresse: aprenda técnicas de gerenciamento de estresse, como respiração profunda, mindfulness ou outras práticas de relaxamento
Durma adequadamente: priorize uma boa higiene do sono, garantindo um tempo adequado de descanso para permitir a recuperação física e mental
Desenvolva autoconhecimento: pratique a autorreflexão, conheça suas próprias necessidades e limites, e esteja atenta aos sinais de alerta para lidar com eles de maneira saudável
Busque ajuda profissional: não hesite em procurar ajuda de um profissional de saúde mental se estiver enfrentando dificuldades persistentes ou se sentir que precisa de suporte adicional
Faça exames médicos periódicos: mantenha sua saúde física em dia
Lembre-se sua vida importa primeiro a você mesma.
Por: Simony Correia (foto abaixo)
***As opiniões e informações apresentadas pelo colunista não referem, necessariamente, o posicionamento do Portal Futuro Livre e são de responsabilidade de seu autor.
Instagram: @psicanalista_simony