É extremamente perigoso o ato de noticiar, afinal de contas, ao noticiar algo estamos nos envolvendo indiretamente com a história de muitas pessoas, sejam os personagens diretos dos fatos ocorridos e reportados, ou terceiros que têm ligação com quem faz parte da história que está sendo, jornalisticamente, contada.
Com a pressa por fazer notícia e ganhar engajamento, o bom e velho jornalismo vem sendo descaracterizado e destruído aos poucos por aqueles que conseguem a atenção das pessoas. Mesmo aqueles que demonstram sagacidade para escolher um veículo de comunicação confiável, muitas vezes não conseguem se desvencilhar de um conteúdo muito bem montado, porém falso.
A alta produtividade de notícias falsas caracteriza riscos para veículos sérios que buscam, em um mercado jornalístico tão bem manipulado, seu espaço. Fazer jornalismo sob ameaças de notícias falsas e diante de fatos concretos pouco percebidos pela grande massa é um risco gigante para aqueles que, em seu íntimo, buscam apenas noticiar a verdade.
Jornalismo é uma técnica complexa, com muitas nuances, mas que possui espaço para todos que querem noticiar a verdade. A verdade, neste caso, dói, possui palavras duras, mas possui os fatos, sejam eles quais forem. Sob posse dos fatos, quem busca apenas o engajamento se esquece das vidas por trás das histórias, e prejudica terceiros em busca do sucesso.
O sucesso no jornalismo não é medido através dos números, mas através do reconhecimento do bom trabalho prestado ao mundo. Ganhar dinheiro com jornalismo é licito, pois é um trabalho digno e honesto, mas usar do mesmo para fins ilegais é um ato desprezível.
Contudo, que fique esclarecido que é legítimo o poder que a grande massa tem de encontrar veículos de comunicação sérios é eficazes, pois a grande massa populacional é livre para escolher a melhor forma de se informar, e se informar é um ato democrático.
São Paulo, 25 de janeiro de 2024 Grupo Inovação de Comunicações