A espera acabou, chegamos a mais um episódio de nossa série em busca de auxílio universitário. E, como dito em nosso último encontro, trataremos hoje a constância ou permanência do estudante na universidade. Para ser mais claro, trataremos daquela perguntinha que sonda a mente de todo estudante universitário: desistir ou continuar?
Imagem: Internet
Fato é que o ambiente universitário não é nada fácil, certo? Mas a origem do problema não pode estar ai, pois se nossas únicas preocupações estivessem em tão somente atingir o mínimo necessário para avançar de semestre, com certeza nós daríamos conta. Sabendo disso, temos de concordar que a origem do problema não está na Universidade, ou na dedicação que os estudos exigem; e talvez a resposta, ou aonde eu quero chegar, já esteja bem claro na sua mente, mas vamos passo a passo.
Partindo do ponto de que a axiologia do problema não se encontra de fato no esforço empenhado nos estudos, temos de analisar o que leva a mente do estudante a recorrente questão de desistir ou continuar. E aqui, obviamente, não chegaremos a um padrão, isto é, uma resposta concreta e universal que se encaixe para todos os casos, pois inúmeras são as questões que podem levar um estudante a abandonar seu curso; por isso, objetivamos chegar tão somente a questões que de fato possam afetar a grande parte dos estudantes de maneira geral.
Então, vamos ao que interessa: quem é o inimigo de nossa permanência? E espero que ao fim deste artigo cheguemos a uma conclusão que o ajude. Assim, descartando a própria Universidade como causadora, vamos de vez aos fatores externos a ela, ou seja, o resto da vida; sim, caso já tinha esquecido você tem uma vida fora da Faculdade, e, aliás, você já existia muito antes de começar seu estudo.
Assim, o primeiro ponto que de cara enxergo é a autocobrança. Quantas vezes você já se sentiu inferior aquele aluno nota 10 da sua sala? E quantas vezes isso te fez achar que não seria capaz de concluir o curso, ou viver da profissão que escolhera?
Talvez tenhamos achado o fio da meada, pois a este ponto acho que você deve ter se identificado com algo que falamos. Entretanto, ainda falando em autocobrança, não podemos coloca-la de vez como inimiga e parar inteiramente de se cobrar, e por fim virar um estudante desleixado, pois pra tudo existe um ponto de equilíbrio, e aqui que está o problema, nós extrapolamos! Chegamos assim ao primeiro causador do nosso problema central.
Temos de avançar para elucidar de vez essa questão, e continuando do primeiro causador encontrado, identificamos outro personagem um tanto antagônico ao primeiro: a “autossabotagem”. Se o ato de se cobrar de mais é nocivo a nossa permanência nos estudos, o ato de se enganar, ou propriamente criar empecilhos a você mesmo, se torna tão nocivo quanto. Quero dizer com autossabotagem as atitudes de sempre achar que não vai conseguir fazer, sem ao menos tentar, por exemplo, sabe aquele companheiro de trabalho que nunca quer ficar com a parte da apresentação, e inventa um monte de desculpas para não ser escolhido? Justamente.
O estudante que sabota a si mesmo é aquele que, por insegurança, coloca mil e um empecilhos em situações que, na verdade, ele deveria enfrentar de peito aberto, e por isso acaba desanimando, e é obrigado a conviver com aquela sensação de covardia ou insuficiência.
Viu aonde chegamos? Consegue enxergar uma conexão entre esses dois causadores, mesmo que tenham pontos contrários? O que fica clara nessa breve análise que fizemos é que o maior causador do problema que abordamos é o “auto”, isto é, si próprio. O que quero dizer com isso é que os dois causadores do nosso problema jorram de uma só fonte: você; e assim damos nosso maior passo em busca de resposta, pois logo no início concordamos que o problema deveria estar em algum fator externo a Universidade, mas a realidade é que ele se encontra internamente, dentro de nós.
O maior problema do estudante é de fato o estudante, pois ele se cobra além da conta, e ao ver que não atinge seus objetivos, ou não alcançou o modelo de perfeição esperado pela sociedade, ele começa a se sabotar para não precisar sentir de novo essa decepção exarada pela derrota, passando então a degustar de outro sentimento menos requintado que é o da insuficiência.
Por isso a dica de hoje já é conhecida, mas não muito praticada: uma nota não te define. Se você não se saiu como esperava, calma que não é o fim do mundo, não se traumatize. E tome imenso cuidado para que essa decepção não desenvolva em você essa autossabotagem que o impedirá de avançar, pois se depois da decepção por não ter atingido seu objetivo, ao invés de começar a se limitar, avançar e enfrentar o problema de peito aberto, você desfrutara de outro sentimento muito melhor do que os já citados: a satisfação por ter superado a si mesmo. Então, caro leitor, aconteça o que acontecer, não desista. Até nosso próximo encontro.
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