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Foto do escritorBrenno Silva

Artistas Virtuais: saiba mais sobre cantores digitais que fazem sucessos entre os jovens.

A indústria musical contemporânea é dominada pelos artistas mais

icônicos da atualidade, nomes como Beyoncé, BTS, Nicki Minaj, Rihanna e

BLACKPINK. Esses artistas são os titãs da indústria musical, conquistando

legiões de fãs por todo o globo, esgotando ingressos em estádios olímpicos e

constantemente garantindo seus nomes no chart mais cobiçado do mundo, a

Billboard Hot 100. No entanto, os impactos dessas celebridades vão além do

talento musical, pois esses famosos encantam o público com um carisma

genuíno, afinal, são seres humanos, assim como seus fãs, o que garante uma

aproximação e admiração por parte deles.


Entretanto, de forma surpreendente, existe na indústria musical um ramo

em que artistas não são seres humanos, mas sim personagens artificiais. Mesmo

assim, esses artistas virtuais são tão influentes ao ponto de possuírem uma base

de fãs por todo o mundo e, também, com a capacidade de até mesmo lotarem

estádios.


Mas, afinal, o que são artistas virtuais?


Os artistas virtuais são personagens criados por meios digitais, como

computadores, modelagens em 3D ou animações. Mesmo que não existam na

realidade, esses artistas desempenham papeis semelhantes aos seres

humanos, como possuir contas em redes sociais, cantarem, gravarem clipes e

até mesmo se envolveram em polêmicas.


Diferentemente do que muitos pensam, os artistas virtuais não surgiram

como uma novidade da Geração Z. Os primeiros registros de artistas virtuais

datam desde 1969, com o lançamento da banda "The Archies". A banda contava

com cinco integrantes e permaneceu em atividade até 1973. "The Archies" foi

uma novidade na época, e seu lançamento mais famoso, a música "Sugar

Sugar", foi tão viral que marcou a primeira vez em que um artista virtual alcançou

o 1º lugar na Billboard Hot 100 nos Estados Unidos, além de terem recebido um

certificado de ouro.

Imagem: reprodução/Rolling Stone


Já na Ásia, o primeiro registro conhecido de artistas virtuais ocorreu em

1995, com o surgimento da cantora japonesa, Kyoko Date. O sucesso da cantora

foi tão grande que na época Kyoko Date estampou diversas capas de revista por

todo o mundo.


Ainda na Ásia, principalmente no Japão, a indústria de artistas virtuais

ganharia ainda mais força com o surgimento do Vocaloid em 2004. O Vocaloid é

um programa que permite que os usuários criem músicas a partir de bancos de

dados de voz e foi deste programa, em 2007, que originou a cantora virtual mais

famosa de todos os tempos, Hatsune Miku.


Hatsune Miku foi tão gigante, que em pouco tempo a artista já realizava

turnês em todo mundo por meio de hologramas. Atualmente, Hatsune Miku está

ativa há 13 anos, com milhares de fãs por todo o mundo e emplacando hits por

todo o Japão.


Já no ocidente, em 1998, foi criada a banda Gorillaz. A banda, em estilo

2D, está em atividade até hoje. Gorillaz conta com vários recordes, como

certificados de platina no Reino Unido e Estados Unidos, uma vitória no Grammy

Award em 2006 na categoria “Melhor Colaboração Pop”, um recorde no

Guinness World Records como “Banda Virtual de Mais Sucesso”, além de

possuir aproximadamente cerca de 15 milhões de discos vendidos em todo o

mundo.


Com a globalização do K-Pop, as empresas têm investido cada vez mais

nesse ramo. Em 2018, a Riot Games, empresa responsável por jogos como

League Of Legends e Valorant, estreou na final dos jogos mundiais de 2018, o

grupo feminino K/DA. O grupo é formado por quatro integrantes, personagens

do jogo League Of Legends: Ahri, Akali, Evelynn e Kai’sa. O K/DA reuniu

diferentes nome do pop para dar voz as integrantes do grupo, como Soyeon e

Miyeon, (integrantes do grupo de K-Pop (G)I-DLE), Madison Beer e Jaira Burns.

A estreia do grupo foi tão bem-sucedida que a música de estreia, POP/STARS,

atingiu o topo da parada World Digital Song Sales da Billboard e recebeu

certificado de ouro.


Atualmente, o K/DA possui uma base de fãs sólida (chamados de

BLADES) até mesmo no Brasil, como a existência do fã clube no X (antes,

Twitter). Com mais de três mil seguidores e sendo a primeira e a maior fanbase

do mundo sobre o grupo, o K/DA Brasil funciona como um portal de notícias para

tudo o que é relacionado ao grupo. Além disso, o fã clube já recebeu

reconhecimento no X dos perfis League Of Legends Brasil e Riot Games Music,

produtora responsável pelo gerenciamento do K/DA.


Ainda na Coréia, outros grupos virtuais de K-Pop vêm surgindo cada vez

mais, como o Eternity, MAVE:, Apoki, Free Hexel e Plave. E outros com a junção

de idols reais e virtuais em um único grupo, como é o caso do SUPERKIND e do

Aespa.


No Brasil, essa moda é comum para as lojas que possuem um digital

influenciar virtual com o propósito de interagir nas redes sociais, por exemplo, a

Lu do Magalu e o CB das Casas Bahia. Ademais, muitas celebridades brasileiras

apostaram na moda e criaram suas versões virtuais, como Sabrina Sato, Lucas

Rangel, e Boca Rosa.


Como não bastasse reunir milhares de seguidores nas redes sociais, os

artistas virtuais são convidados a serem capas de revistas e a serem

patrocinados por marcas de luxo, por exemplo, em 2021, o K/DA estampou

capas de revistas como a Elle e Dazed, e todas as integrantes usavam a nova

coleção da Louis Vuitton.


E então, artistas virtuais são o futuro?


O futuro dos artistas virtuais ainda é incerto, especialmente considerando

o recente aumento de sua notoriedade. No entanto, é evidente que esses novos

cantores e influenciadores digitais irão ocupar um espaço cada vez mais

significativo não apenas na indústria musical, mas também na moda e nos jogos.

À medida que a tecnologia evolui a cada dia, e o cenário artístico passa por

constantes transformações, artistas virtuais cada vez farão parte do nosso dia a

dia. Dessa forma, podemos esperar que essas estrelas virtuais mudem o cenário

musical e ultrapassem os limites artísticos da atualidade.


Instagram: @brennorgs

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