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Foto do escritorLucas Rogerio

Além da tela: a complexidade oculta do mundo da pornografia

A paisagem da pornografia é um universo multifacetado, instigando debates acalorados sobre seus impactos e implicações sociais. Ainda que não tenha sido oficialmente categorizada como um distúrbio mental nos principais manuais de diagnóstico, como o CID-11 e o DSM-5, seu papel na saúde mental e nos relacionamentos humanos é objeto de estudo e controvérsia.

Pornografia, seja visual ou escrita, é uma representação explícita de conteúdo sexual destinada a excitar o espectador. Com a expansão da internet, sua acessibilidade disparou, levando a inquietações sobre seu impacto na saúde mental e nos vínculos interpessoais.

Estudos indicam que o consumo excessivo de pornografia pode levar a disfunção erétil, diminuição do interesse sexual por parceiros reais, além de problemas de relacionamento, ansiedade e depressão.

No entanto, a pesquisa sobre o vício em pornografia ainda está em estágios iniciais, exigindo estudos mais abrangentes para compreender completamente seus efeitos.


A história da pornografia remonta a séculos atrás, evoluindo de diversas formas de expressão artística até sua configuração digital contemporânea, impulsionada pelos avanços tecnológicos.

No tratamento do vício em pornografia, abordagens como terapia cognitivo-comportamental, terapia de grupo e programas de recuperação similares a outros vícios são adotados. O suporte social e a busca por ajuda profissional são recomendados para mitigar os impactos negativos.


É crucial salientar que nem todos os consumidores de pornografia desenvolvem um vício ou experienciam consequências adversas significativas. O contexto individual, a frequência e a forma de consumo variam consideravelmente.


Estudos e pesquisas sobre o vício em pornografia oferecem perspectivas divergentes. Alguns indicam uma correlação entre o uso excessivo e impactos negativos na saúde mental e comportamento sexual, enquanto outros apontam para nuances nessa relação.


Uma análise publicada no JAMA Psychiatry em 2019, examinando 19 estudos, identificou evidências limitadas para considerar o vício em pornografia como transtorno mental. No entanto, observou-se uma associação entre uso problemático e questões como depressão, ansiedade e problemas de relacionamento.


Outro estudo no Journal of Sexual Medicine insinuou uma possível ligação entre consumo excessivo e disfunção erétil em homens jovens, mas enfatizou a necessidade de mais pesquisas.


As estimativas sobre a prevalência do vício em pornografia variam amplamente entre estudos, devido a diferenças nas definições, métodos de pesquisa e amostras estudadas.

Por exemplo, uma pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge sugere que aproximadamente 5% dos homens e 1% das mulheres apresentam problemas relacionados ao uso excessivo de pornografia. No entanto, esses números podem variar consideravelmente dependendo dos critérios usados para definir o vício.


O consumo excessivo de pornografia pode afetar o cérebro de diversas maneiras, ativando o sistema de recompensa e potencialmente levando à desensibilização, influenciando a resposta a estímulos sexuais reais e, possivelmente, gerando impactos cognitivos.

Estudos de neuroimagem mostraram que a exposição crônica à pornografia pode levar a mudanças na estrutura e função cerebral. Por exemplo, um estudo da Universidade de Bonn, na Alemanha, encontrou diferenças na conectividade cerebral de usuários frequentes de pornografia em comparação com não usuários, sugerindo alterações na plasticidade cerebral.


No entanto, é crucial notar que a compreensão desses efeitos está em constante evolução. Nem todos os consumidores de pornografia enfrentam esses impactos de maneira negativa ou em grande escala. A forma como o cérebro reage à pornografia varia consideravelmente, influenciada por fatores individuais e contextuais.


O campo do vício em pornografia é um terreno em constante desenvolvimento, exigindo mais estudos para desvendar seus mistérios e potenciais consequências.

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