O IBGE apontou os melhores estados no desempenho em saneamento básico, em uma pesquisa divulgada recentemente. São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro estão entre os cinco primeiros.
São Paulo foi o estado com melhor desempenho em saneamento básico em 2022, seguido por Distrito Federal (94,1%), Minas Gerais (92,3%) e Rio de Janeiro (90,6%).
Estima-se que no Brasil, mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada, e cerca de 100 milhões não têm coleta de esgoto.
Hoje, apenas 50% do esgoto é tratado no Brasil - o que significa que mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza todos os dias.
A pesquisa do IBGE revela que as cidades que têm as melhores infraestruturas de saneamento do país são: São José do Rio Preto (SP), Santos (SP), Uberlândia (MG), Niterói (RJ), Limeira (SP) e Piracicaba (SP).
O estudo considerou dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2020 e analisou os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país, que concentram aproximadamente 40% da população brasileira. Referente aos piores, as cidades líderes no ranking são Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Santarém (PA).
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Fernando Silva, sócio-fundador da PWTech, uma startup referência no acesso à água potável, explica que a disparidade econômica entre estados e a falta de estratégias e políticas públicas que acompanhem o crescimento populacional, impedem que a população tenha acesso à recursos básicos, indispensáveis para uma boa qualidade de vida.
Para se ter uma ideia, em 2022, um ranking promovido pela Exame de Melhores do Setor, selecionou as maiores empresas de saneamento público do Brasil, que são: Ambipar, Aegea e Iguatemi - todas de São Paulo. Os rankings observaram a performance de 1.000 empresas que, no total, registraram uma receita líquida de 6,26 trilhões de reais e um patrimônio avaliado em 18,6 trilhões. São exemplos para o país quando se trata de economia, negócios e sustentabilidade.
As dez maiores companhias estaduais são, pela ordem: Sabesp (São Paulo), Cedae (Rio de Janeiro), Copasa (Minas Gerais), Sanepar (Paraná), Corsan (Rio Grande do Sul), Embasa (Bahia), Compesa (Pernambuco), Saneago (Goiás), Caesb (Distrito Federal) e Cagece (Ceará). Atualmente, a Sabesp é a maior companhia de água do Brasil em receita e população atendida. Atendendo 28,4 milhões de pessoas com água e 25,2 milhões com serviços de esgoto.
No recorte regional, a Região Norte é a que tem menor índice de atendimento total de esgoto, chegando a 13,1%. Já o Sudeste lidera o índice de atendimento total, com 80,5%. Em seguida vem o Centro-Oeste (59,5%), o Sul (47,4%), e o Nordeste (30,3%). (2022).
As reformas no saneamento de 2020 facilitaram a participação privada por meio de concessões, transformando profundamente o setor. Analistas esperam que as empresas privadas ajudem a injetar R$750 bilhões no setor para alcançar a cobertura universal adequada até 2033. No entanto, as estatais ainda dominam, com empresas privadas detendo cerca de 10% do mercado.
“Hoje, no Brasil, para que a universalização do acesso à água potável e do saneamento básico seja realizada de maneira efetiva, é necessário que o Estado invista anualmente R$ 200 por habitante, mas sabemos que a situação está longe de ser concretizada. Em regiões afastadas, que sofrem com a falta de infraestrutura e políticas públicas bem definidas, o investimento não chega a R$ 50”, finaliza o especialista.